Estou
começando a treinar o desapego e pensei na enorme lista que devo enfrentar. Mas
não posso me intimidar, tenho que continuar firme nesse propósito, que será, com
certeza, para a felicidade geral porque se estivermos felizes todos ao nosso
redor também estarão.
Vou sim
desapegar, começando pelo que mais me incomoda, como por exemplo, de pessoas
negativas, aquelas que estão de mal com o mundo em que vivem e que estão sempre
lhe dizendo coisas que você não gostaria de ouvir. Pessoas assim nos empurram
para baixo, então desapega.
Gente
invejosa, essas sempre acham defeito onde não tem, e devido não conseguirem o
sucesso almejado, estão sempre desprezando o sucesso dos outros. Desapega.
Aqueles que sabem tudo de tudo e não dão espaço para você expor suas idéias,
desapega. Aqueles que você chama de amigo mas que não dão a mínima para você,
desapega. Gente ingrata, desapega. Colegas que passam horas com você, mas não
lhe enxergam, desapega. Parentes que não acham um tempinho para vê-lo ou pelo
menos para ligar afim de saber como você está, desapega. Desapegar sim da
vitrola anos 50 que herdei de minha tia
e da máquina de datilografia que era de meu pai. Não sei mais onde guardá-los.
E também de roupas e sapatos que não usei e que jamais irei usar.
Vou
desapegar sim, também da tristeza que volta e meia teima em chegar. E também da
saudade que em meu coração teima em morar. Desapegar das lembranças, boas ou
más, que me trazem melancolia. Desapegar dos anos que já deixei para trás.
Desapegar da Alice, da Maria e da Nora que nunca mais passaram por meu caminho,
desapegar das pedras e dos espinhos que acumulei durante anos. Desapegar do
tédio que traz a falta de criatividade, da rotina diária, do vai e vem de um
dia após o outro.
Tentar sim
chegar ao desapego de tudo o que me incomoda. E viver, viver de maneira mais
leve, andar por ai sem bagagem embolorada, cantar a vida e usufruir de toda a
sua plenitude. Correr pelos campos afora, sentir o aroma da terra, abraçar as
árvores mais belas, ouvir a sinfonia dos pássaros e o dedilhar das águas nas
margens serenas dos rios. Ser simplesmente eu, sem máscaras. Meu Deus, há tanta
coisa ainda para a gente entender!
FATIMA MARDINI –
JORNALISTA PROFISSIONAL
Um comentário:
Lindoooooooo
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