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terça-feira, 12 de abril de 2016

A INUTILIDADE E A VIDA

A INUTILIDADE E A VIDA


            Assim como o crepúsculo que adormece o dia, e de mansinho vai tirando o colorido da natureza, fazendo com que nos voltemos para as outras belezas, as quais nem sempre enxergamos, assim é a nossa vida.
            Nascemos, crescemos, viramos adolescentes ou “aborrecentes”, adultos e chega lá um dia que, apesar de ser difícil de encarar, envelhecemos. Perdemos a beleza exterior ( chega uma hora que nem o Pitangui ajuda), perdemos a vitalidade, começamos a cansar, nem sempre podemos efetuar tarefas que fazíamos com a maior desenvoltura, enfim, temos limites impostos pela própria marcha da criação. Muitos  estão despreparados para esse tempo.
          Tempo em que passamos a recordar o passado, lembrar das coisas que fizemos e das que não fizemos também, deixando um ar de tristeza. Lembrar das pessoas que amamos e das que podíamos ter amado, mas que deixamos para lá. Nos arrependemos de muitas atitudes e rimos à toa com tantas outras situações que passamos.
         Um tempo só nosso em que os jovens nos esquecem, porque já não temos mais a vitalidade da juventude e a distância das gerações se torna um imenso vazio. Temos poucas amizades, porque essa morada não é eterna e muitos amigos já se despediram...
       Enfim, envelhecemos, e conosco permanece uma lista sem fim de inutilidades. Todos se afastam e quem permanece, é somente quem nos ama, conhece e valoriza. Somos o que somos, não apenas essa imagem que se torna pequena a cada dia que passa, mas principalmente somos a soma de uma vida de atitudes boas ou más. De vivências, boas ou más. Talvez vamos colher o que plantamos, talvez não. Não importa.
      O que realmente importa é aquilo que conservamos lá dentro de nós; a nossa paz, o nosso amor por nós mesmos, pelas pessoas, enfim, a nossa experiência nesse plano terra. E ai então, vamos rezar, rezar muito, para que as pessoas que amamos permaneçam bem juntinho de nós!
     E que, apesar de nossa inutilidade, como diz o Padre Fábio de Mello, valorizam a nossa essência!
     Que saibamos enxergar com olhos de artista todas as belezas que há por detrás do olhar daquele que, no momento, está passando pelo crepúsculo da vida!

                    FATIMA MARDINI

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